30% do planeta protegido até 2030

Em meio a uma crise socioambiental sem precedentes na história humana, em 2022 a Conferência de Biodiversidade da ONU (COP15) estipulou metas ambiciosas para a conservação da vida. Dentre elas, a proteção formal de 30% dos ecossistemas terrestres, de água doce, costeiros e marinhos até 2030, além da restauração de 30% das áreas degradadas. Por isso, esse acordo foi apelidado de 30×30 (30% até 2030). 

Para cumprir a meta, os países devem implementar áreas protegidas, parques nacionais, reservas marinhas e outros tipos de zonas de conservação da diversidade biológica. Nesse sentido, é fundamental que essas áreas considerem os territórios, saberes e práticas dos povos do campo, florestas e águas, como indígenas, quilombolas, comunidades camponesas, ribeirinhas e outras populações que dependem diretamente dos ciclos naturais da terra e das águas para subsistência, cultura, sustento e bem-estar.

Mundialmente, estima-se que 17% dos ecossistemas terrestres e 10% dos marinhos estejam sob proteção ambiental. Assim, dobrar e triplicar, respectivamente, a magnitude dessas áreas, em tão pouco tempo, é uma tarefa com desafios enormes. 

O primeiro, certamente, é garantir a não violação dos direitos humanos, como ocorre em muitos casos de militarização da conservação ambiental. A criação de zonas protegidas com acesso restrito de pessoas e comunidades locais, ou fortalezas de conservação (tradução livre do termo inglês fortress conservation), especialmente no Sul Global, têm gerado críticas e sua eficácia é controversa. Por outro lado, é estimado que territórios indígenas abrigam 80% da biodiversidade no mundo, mostrando que é possível superar a falsa dicotomia entre ser humano e natureza. 

Em seguida, poderes políticos economicamente favorecidos pela exploração ambiental são outra barreira para o avanço das áreas protegidas. Em todo o mundo, e o tempo todo, poderes legislativos e executivos tentam não só barrar novas iniciativas de proteção, mas até diminuir as áreas protegidas já estabelecidas, em benefício próprio.

Isso leva a um terceiro grande desafio: ainda não é evidente como as ações serão financiadas e, obviamente, sem recursos públicos e privados destinados à conservação, as metas da COP15 ficarão somente no papel enquanto presenciamos o aquecimento do planeta e uma evitável extinção em massa. Baseada no princípio 30×30, a Galeria Noctiluca nasce com o compromisso de destinar à conservação da Natureza 30% do preço final de suas impressões fotográficas, excluindo custos de moldura e frete.

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No Brasil, as unidades de conservação integral ou de uso sustentável cobrem 18,7% da sua área continental (sendo 75% na Amazônia) e 26,5% da área marinha. Visando sensibilizar a sociedade sobre a beleza e a importância dos ecossistemas não-florestais, por enquanto, a doação dos recursos será priorizada para organizações de conservação e restauração das savanas do Pantanal e Cerrado, com o compromisso de, no futuro, incluir os Pampas e a Caatinga. Pela importância ao planeta e estado de poluição, o Oceano e zonas costeiras também serão contempladas neste primeiro momento. 

Para a Galeria Noctiluca, as obras de arte fotográfica são uma ferramenta para a conservação ambiental. Adquirindo os quadros, você não apenas estimula a arte e embeleza seu ambiente, você é parte da construção de um planeta mais equilibrado.